Da boca ressoa a alma fechada

Nesse estado que me encontro
a poesia não se faz de vítima,
a vítima sou eu e a vida molesta
os versos do sangue depressivo.

Mãos abertas e a boca fechada,
não falo o que quero, mas
escrevo sobre feridas teológicas.
Metafisicamente silencioso…

Sou um sujeito das sombras,
refletindo um mundo problemático.
Deus, se há, é hora de iluminar,
pois sem ti a escuridão é perpétua.

Nada a declarar sobre Deus,
só o alívio em que sinto,
alívio do verso que luzia
minha existência sombria.

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