ÚLTIMO POEMA
Autor: NELSON DE MEDEIROS on Monday, 22 April 2013
ÚLTIMO POEMA
Um dia, quando chegares à laje
em que descanso,
não mudes teu meigo gesto,
tímido e manso...
Não chores, não lamentes,
E nem sinta ciúme...
Não te preocupes com as flores,
lembra só do seu perfume...
Não me busque ali,
Pois que ali não habito...
Na pedra húmida e fria
Algo haverá por certo escrito:
Ore apenas e, solitária na saudade,
Não digas nada;
Busca apenas entender o que fomos
na jornada.
Eu juro: Onde quer que estejamos
tudo ouvirei neste momento,
pois quem amou tal qual amamos,
basta apenas pensamento!
Nelson de Medeiros
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