Uma noite sem igual
Uma noite sem igual
No meu lugar obscuro
Ningém consegue entrar
É o lugar mais escuro
Que consegui encontrar
Por ali vagueiam sombras
Que não dão para esquecer
São as memórias das dores
De quem continua a sofrer
Com a vida descontente
Canto os meus tristes fados
E onde toda a gente
Me lava a cara com orvalhos
Orvalhos frios
Minhas mãos trémulas
Dão-me arrepios
Mas ao remar
Contra a maré
Caio
Escorrega-me o pé
Não vejo onde me apoiar
pois, a minha vida está em perigo
Alguém para me ajudar
Preciso de um amigo
Os meus clamores
Sobem ao mais alto céu
Mesmo ao lado das estrelas
Na noite negra de breu
Tenho os olhos vermelhos
Por continuar a chorar
Minha vida é um pesadelo
Daqueles de arrepiar
Sombras continuam a vaguear
Na minha noite sem fim
São sombras de arrepiar
Mesmo por cima de mim
As estrelas fogem
para não ver o sofrimento
Tudo me abandona
Neste meu negro momento
Uma grande tristeza
Invade meu coração
E com grande frieza
Vai-me cortando a respiração