Lê ou morres

Acordei com desenhos de sangue no meu corpo,

Arranhões profundos, pele gélida, homem morto.

Corre para sobreviver, e vê como corres,

Cego que não quer ver, lê ou morres.

 

Angústia acumulada , sofrimento investido.

A música não me diz nada, vende-se ao ouvido.

Noite escura, calçada partida , onde quer que tu mores,

Serás sempre sem abrigo, portanto lê ou morres.

 

Tanto que queria tudo, que o tudo me deixou sem nada,

Amo-te tão profundo , mundo mudo sem palavra.

Rios vermelhos , cascatas de sangue, diz me como escorres,

Lágrimas de sal , tatuadas , lê ou morres.

 

Tanto li que desencantado, descobri outra magia,

Morena, olho esverdeado,  aura luzidia.

Manto preto cobre o corpo, protege da noite fria,

Homem morto, que ao morrer descobriu que não vivia.

 

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