Barco Encalhado
Autor: Jorge Almeida on Friday, 26 April 2013
Vês-me, tal como eu sou, velho e usado,
Já não me dás valor nem atenção,
As rugas, as brancas e a lentidão
Afastam-te deste barco encalhado.
Isolaste-me da tua sociedade,
Sem eu ser assassino nem ladrão
Enclausuraste-me nesta prisão,
Lixeira de cadáveres adiados.
Também eu já tive a tua juventude,
Também esse teu mundo já foi meu
E eu, por ele, fiz o melhor que pude.
Ajuda quem ainda não faleceu,
Lembra-te de que fui jovem como tu
E que tu serás idoso como eu!
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