“27/09/68”

 

Penso em não pensar.

Penso em não existir.

Penso que não quero mais,

Apenas deixem-me ir. 

 

Não quero viver mais desta maneira,

Nem quero mais viver.

Maneira esta que me mata

A cada passo que dou rastejando. 

Acho que vou cair da cadeira,

E já estou a dizer demais.

Desta rotina, desta face, corpo, eu, já estou farta. 

Anseio desaparecer a cada metro que ando,

E corro para não sofrer com tudo o que digo. 

Infelizmente nada esqueço,

E tudo me remói com o passar do tempo. 

Anseio ser uma pessoa melhor.

Melhorar tudo que me rodeia.

Melhorar-me.

Subconscientemente, sei que tal não será possível. 

E que a única saída

É se eu hoje desaparecer. 

 
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