Cadáver
Levem meu corpo pra rua!
Exponham minhas cicatrizes
É só o que podem ler a meu respeito.
Deixo tudo escrito em um idioma desconhecido,
Meus nobres inimigos!
Sou a Senhora das Tragédias, que desfila morta no meio de vocês.
Não há novidade além das lâminas que levo nos dentes
Mordi a vida
Fracionei meus dias
Embaralhei de novo as cartas e anulei todos os pactos de eternidade.
O jogo é novo.
E,
perder seria crime hediondo!
Olhem a lenda desfilando pelas ruas!
Lenda morta.
Reescrita nos porões escuros da liberdade.
[ser livre custa a vida]
Pude ouvir o silêncio dos rebeldes
Que dedicaram um poema em branco
A minha pessoa!
E agora
Foda-se o tempo!
Sou vapor de memórias
Letras entulhadas numa rua deserta
Aguardando aqueles que roerão meus ossos infeccionados
E a tempestade!
Que dissipará qualquer vestígio
Do que fui.
Sandra Fuentes
Comentários
Renato Laia
Sáb, 11/05/2013 - 19:08
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Gostei bastante do poema!
Gostei bastante do poema! Anárquico e cheio de raiva, como se quer...
Sandra Fuentes
Dom, 12/05/2013 - 16:17
Permalink
Muito obrigada, Renato Laia!
Muito obrigada, Renato Laia!
Abraços!