A MOÇA DE BIRIGUI
A moça de Birigui – a bela moça –
Tem áureos cabelos beijados por Midas,
E, um olhar onde transborda a inocência
Que veio trazer encanto às nossas vidas.
Seu sorriso leva aos sonhos toda a essência
Dos momentos deste mundo mais fagueiros!
É como a luz em que nasce a primavera,
Abrasando os corações dos seresteiros!
Quão deserta e plangente a vida não era,
Antes de ela florescer em nossos dias.
Seu jeitinho tão mimoso de menina,
Trouxe afago a nossas tristes noites frias.
A moça de Birigui - a alma divina -
É a joia que no mundo não se vê mais;
É suave como a brisa da floresta,
É tão alva como a flor dos laranjais!
Em seus olhos tão brilhantes tudo é festa,
E de todos esta criança é amiga!
Quem não quer ouvir a sua fala meiga,
Na qual o amor mais verdadeiro se abriga ?
Ah! Ela é a fada que povoa esta veiga,
Que derrama seu charme pelas campinas;
É o luar que nos conduz na madrugada...
O sol que abraça essas tardes purpurinas!
A moça de Birigui – filha das fadas –
Em sua alma sempre alenta a esperança,
E há de ter nas páginas de sua história,
Desenhados os seus sonhos de criança!
Que haja sempre sobre ela a sombra da glória
E do futuro o luzir seja um fanal,
A conduzir os seus passos delicados
Rumo à estrada do destino triunfal!
Pois é a flor que decerto não tem pecados,
Como a infância que passou, e ninguém viu!
Ela é a risonha voz da manhã vindoira,
O anjo que veio a Terra, do céu fugiu!
A moça de Birigui – a moça loira -
Fala a todos de seus gloriosos planos;
E uma quadra de alegrias infinitas,
Na mente esquiva desenha dos humanos!
Já não estendem essas horas aflitas
Sobre nós suas asas cruéis, pungentes...
Desde que ela ergueu seus raios no horizonte
Nossas almas nunca mais foram plangentes.
Como é belo o seu olhar na linda fronte,
Mais parece o nobre astro que habita o céu;
Quem descobre o caminho de seus fulgores,
Decerto se sente estar ante um troféu.
A moça de Birigui – irmã das flores –
É a perola de sua ardente cidade,
Que deixou, para florir nessa manhã,
Mas que guarda qual tesoiro na saudade!
Pudéssemos em nosso teimoso afã
A falta que ela carrega de seu ninho
Apagar, como a pegada sobre a areia
Que é desfeita com o caminhar marinho!
Pobre daquele que amou esta sereia
Sem hoje ter seu primor, qual das rainhas!
Que a viu alçar seu voo esplendoroso
Rumo à terra onde pairam as andorinhas!
A moça de birigui – ser precioso –
É a nota que dá vida às belas canções...
Sua voz transporta a chama da alegria,
Qual fogueira a incendiar os corações!
Mas, talvez, quem sabe num cinzento dia,
Nossos peitos tanto frio possa abater,
Quando farta dessa ausência impiedosa
À sua terra querida ela volver!
Que vazio vai nos causar essa áurea rosa
Ao não vermos seus encantos por aqui;
Mas, ninguém igual a mim sentirá tanto.
As saudades da moça de Birigui!
POEMA ESCRITO EM 13/10/2007
*Birigui: cidade do interior do estado de São Paulo
Comentários
ronilda davidlo...
2ª, 17/06/2013 - 18:09
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Uma homenagem belissima a
Uma homenagem belissima a moça e a cidade.
Congratulações Poeta!
Boa semana