No tempo do poeta França
No tempo do poeta França
Poeta que é poeta arruma a rima, pinta, costura e borda um verso
Quem nem o poeta França que desarrumava a palavra dando um gole de cachaça
Dos poetas itinerantes, poucos versados ainda insistem na agonia da rima
Outros migraram pra boa vista e bebem cerveja num bar da esquina
Antecessores da melancolia dos guetos que davam vida aos fantasmas sem medo
Porém, e além, destilavam-se garrafas de segredos
Naqueles versos sem enredo, somente aos lúgubres era permissivo retê-los
Em pontos e tremas, quando ainda obrigatório, viviam-se madrugadas poéticas
Eternizadas na memória de uma cidade que viveu arte pela arte dos artistas
Ainda sim, respira os ares e mostra-se aos sons de violões inquietos
Tantos boleros, tanta música que chega a trucidar os ouvidos dos turistas
Aquela Olinda, que rimava com todas as esperanças, continua e ainda encanta
Metamorfoseada e parafraseada pelos novos poetas que vieram do meio
Daquele tempo matreiro, o tempo do poeta França.
Charles Silva
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CharlesSilva
4ª, 19/06/2013 - 00:32
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O poeta França
O rapaz da foto acima é o poeta França pra quem não o conheceu, muito meu amigo. Ele não está mais entre nós.