Soneto da Maior Saudade
Autor: Ícaro Marques E... on Saturday, 17 August 2013
Mas que contemplar insana vaidade
Riqueza, arte pura do semblante
É ter-lhe em minhas mãos completa divindade
Com o prazer e o olhar dardejante
Aéreo, na palidez do tempo e do espaço,
Sou e vivo a fitar desmedida graça
Que não se escapa muito menos se disfarça
Na plenitude do meu dia escasso
Não há dia que eu não peça
Que faças parte de um paraíso, nume
Algo de valor que ao meu sangue cessa
E enquanto longe estiver teu olhar que doura
Dói-me a ausência do imortal lume
Na clausura que vivo, dor imorredoura.
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