Silêncio
Shh... silêncio!
Quero silêncio para enterrar a minha alma.
Já não tenho espaço para metáforas, destruí as que existiam e agora só preciso ...
fechar os olhos e dormir um sono sem sonhos.
Cada momento que passa desvanece na obscuridade o que antes foi esperança
foi luz e foi vida...
A noite é fria, molhada e triste... e o meu corpo é fraco
a minha alma está cansada,
o único consolo é que a morte virá em breve.
Sinto-me afundar, num silêncio calmo e amortecido.
Torna-se tudo mais e mais escuro ...
vejo ângulos que me cercam ..
e as lágrimas caem dos olhos dos anjos ..
Eu amei-te por mil dias
e amei-te por mil noites ...
mas agora não sou mais que um anjo de mar assombrado
sem rota, nem farol, nem bússola
E não há uma mão que se estenda.
Dentro desta escuridão a rendição convida,
à medida que a luz diminui
com a morte de cada chama.
Assim deito-me no meu caixão de pinho,
e quando a última brasa fenecer
A noite será a minha Mestra....