Ardemos
Autor: Gila Moreira on Tuesday, 15 October 2013
- Ardemos –
Inspira e expira o plasma do fogo
do amanhecer em pele nua de mim.
A tua boca na minha boca
expira o desejo do fundo das cinzas
da paixão tatuadas no peito roto do coração.
Lanço a flecha invisível do delírio,
os claustros dos raios solarengos que
ofuscam em mim a sombra,
os devaneios e os vícios.
Come-me,
bebe-me o livro que abro em minha alma
que prossegue a mesma inquietude.
A loucura é o jardim que floresce
em aguarela de cores ,
é a viagem do poema ao êxodo.
Silêncios de gemidos ardem em chama
os corpos celestes de nós.
Tece todo o prazer em meu Corpo-Mar,
tece em fios de água-fogo onde
perdidamente mergulhamos a ânsia.
Ardemos para sempre, para nunca.
Sou a sonhadora poetisa que não dorme
no tempo.
Gila Moreira
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