Poema da página em branco
* * * *
Fito desolado o papel em branco...
Sem nada para ver,
Sem nada para sentir…
É duro querer escrever
E a palavra recusar-se a sair!...
Em abono da verdade,
Até a caneta parece estar sem vontade
De acorrer ao apelo do papel.
O cérebro não está cá
E todos os meus sentidos
Estão como que entorpecidos.
A boca áspera sabe a fel
E as pernas estão dormentes,
De tanto esperarem nada.
Até a música me deixa indiferente
Nesta tarde gentia,
Danada
De fria!
Nestes dias assim
(Em que não consigo dar
O melhor de mim),
Prefiro não teimar,
Desistindo antes de começar.
Coloco de lado o papel,
Pois até um poeta
Tem os seus dias em branco
E, como se fosse um atleta,
Sofre duro na pele
As angústias do desencanto.
- Vai descansar,
Gloriosa página em branco!...
Amanhã, o persistente poeta,
Voltará com a sua caneta
Para te pintar!
17.01.2007, Henricabilio
Comentários
Madalena
2ª, 28/10/2013 - 12:41
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p/ Abilio, não vamos deixar
p/ Abilio, não vamos deixar em branco, o papel espera pelo poeta.
A caneta não se aquieta! não sei se a palavra é certa!
Abraços!
Luís Miguel Soa...
3ª, 07/01/2014 - 12:23
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Todos temos dias assim;
Todos temos dias assim; muitos os tentamos passar para a página em branco; poucos o conseguimos; raros tão bem !