A TARDE DE HOJE
SENTADO, COPO DE CERVEJA NA MÃO,
FRENTE PARA O MAR, OLHO PEQUENOS BARCOS DE PESCADORES.
DOU BATATA FRITA A CACHORRA QUE REJEITA, É O NÃO,
ACIONO A MEMÓRIA, E PASSEIO COM VELHOS AMORES.
TESTA FRANZIDA, E UM LEME PERDIDO AO POR DO SOL,
OLHOS IRRITADOS COM A AREIA, SOPRADOS PELO VENTO.
MEXEM COM O VAGAROSO PASSO DE UM CARACÓL,
BEBIDA DESCE GELADA PELA GARGANTA.
ANTES A BOCA SECA, AGORA MOLHADA DE VIDA,
AJUDA A MENTE, EM CADA SLIDE DE MEU PENSAMENTO.
MEU OLHAR CRUZA A CENA E TRADUZ, UM DIA FUI VIDA, DEI FRUTOS E FLORES, VI TANTOS AMORES, CASTIGOS E DORES.
FUI SOMBRA PARA HUMANOS, ANIMAIS, CRIANÇAS, VELHOS E MOÇOS,
NÃO POSSO LEMBRAR TODOS OS MOMENTOS, SOU O VELHO TRONCO, HOJE SECO, PERDOANDO MEUS OPRESSORES.
ESTENDENDO AS MÃOS, A TARDE RECEBE A NOITE,
NA VOLTA, AS CURVAS PERIGOSAS DA ESTRADA CHAMAM A ATENÇÃO.
SERÁ QUE POSSO CONFIAR NOS FREIOS DO CARRO?
AFINAL NÃO DIZEM QUE VIEMOS DO BARRO ?
LUZES SE APAGAM, E AS LUZES ACENDEM, CHEGANDO OS CACHORROS FAZEM A FESTA.
O DIA NÃO FOI TÃO PERDIDO ASSIM, MAS UMA PONTA DE DUVIDA AINDA ME RESTA.
COMO SERIA A NOITE DO MONGE? NUNCA TEREI A RESPOSTA, O QUE ME IMPORTA, APENAS A TARDE DE HOJE