Apenas eu
Autor: Aurélia Madeira on Monday, 11 November 2013
Não me apetecem poemas
As palavras perdem-se no vento
Rebolam na lama
Não me apetecem poemas que falem de flores e de sol
Quero verdades
Quero de volta os meus silêncios
Os vazios onde me perdia
As solidões onde me abandonava
Já disse não
Sentidamente
Irritam-me os falsos sabedores
Perturbam-me os deuses de barro tosco
Quero a cinza dos caminhos
As vielas pardacentas
Os rios lavados de mágoas
Quero ondas a desfazerem
Miragens sem desertos
Quero luas escondidas e estrelas
Sem brilho
Quero-me a mim
Apenas eu
Sem partidas nem regressos
Aqui
Perdida para lá do horizonte
Sem esperanças nem segredos
Apenas eu
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Comentários
Arlete Klens
2ª, 11/11/2013 - 23:29
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Muito bom conseguir encontrar o nosso eu. Demonstrar a beleza até das coisas mais simples com palavras verdadeiras. Vinda de dentro do coração.
Linda sua poesia!