Sismo do Amor
Autor: Gila Moreira on Thursday, 9 January 2014
Venho aqui despir-me e banhar-me em ti,
entre o Sol da noite e a luz do amanhecer.
Devora-me se puderes,
devora a minha urgência de transformante de tudo em nada,
ser o não ser do ser desejo em atmosfera inflamável.
Respira-me o ar inteiro da paixão até nada,
apenas vapor da pele,
rasga-me o recatado beijo de lábios,
em quatro lábios na partitura da ânsia,
verte-me em pedra húmida até á margem
do remanso afecto.
Cratera faminta,
Onde outra boca navega-te outras línguas mais
quentes que a memória do Sol.
Sismo do Amor, que não sabe dizer o nome
nem o verbo que separa o corpo do fogo,
e a lava da rocha húmida.
Sismo do Amor, semente da memória do Espírito.
Gila Moreira
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