Devaneios da Mente

Primeiro a tua mão sobre o meu seio,

depois o roçar do joelho,

e o ventre mais à frente é a tua maré.

Então já a maré subiu de vez,

agora a mão já impõe,

já não embala, mas,

o beijo é a onda,

onde a boca exige:

o querer mais sal,

mais quente, e

já não há mais gesto que se invente.

Afagos de Amor e nudez,

somos a maré alta de quem ama,

por fim, a ternura,

a intimidade,

o encanto da hora da verdade,

Afagos que permanecem no espírito em presente ausente de ti.

Descasco vazios inteiros para te encontrar,

perdida pela calçada do teu corpo,

rendida ao encanto do teu olhar,

encontrei-te.

Esculpi a paixão no tacto,

sei que és a maior criatura que criei no meu coração,

és o meu segredo milenarmente guardado,

só o sabem os anjos,

e quando voam para junto de nós,

outros tempos sangram em meu pensamento.

Fragmentos de sonhos,

restolhos de dor,

formam partículas de esperança, e

sacrifícios de amar desfazem-se no ar.

Novo ondular do corpo enfeitiça

a sede do beijo,

a fome da loucura e dos sabores.

Prolongo o horizonte do Desejo em

sobejos beijos molhados,

são Devaneios da mente que teimam encontrar-te.

Gila Moreira 02/02/2014 - comp. poema  ROSA LOBATO FARIA