A Ilha, Eu e Tu
A Ilha, Eu e Tu
Eu sou uma Ilha
E tu também
Porque ambos queremos ser felizes
E as Ilhas aparecem sempre
Milagrosamente
Depois do nada!
Eu sou Ilha e tu és Ilha
Porque ambos temos definitivamente
Uma História
Feita de incompreensões e vontade
Segredos e silêncios
Amores adormecidos
Com a força do vulcão
E a verdade dos sorrisos ganhos
Na pureza das levadas!
És Ilha e eu sou Ilha
Graças à força de uma fajã inventada
Só para sentarmos as manhãs
Feitas de sol e de papaias
Enquanto esperamos pela bruma
Que nos vai tornar alvos os cabelos
E profundos os sulcos no rosto
(Como os trilhos da vereda
Que outrora foram estrada!).
Sim! Eu sou Ilha
E tu também...
Em nós cresceu a música do mar
Que nos torna filhos de uma Europa
Bordada com o linho das diferenças!
E há sempre esse oceano teimoso
A separar-nos!
Mas também existem os navios
Com os quais poderemos fazer a viagem...
Ensinar e aprender!
Eu sou Ilha... e tu és Ilha!
E por isso trazemos a erosão ao peito
Embrulhada no cobertor verde das serras
Com que nos deitamos à noite com orgulho.
Eu e tu...
Não passamos de duas Ilhas minúsculas
Mas tornamo-nos maiores do que nós mesmos
Porque os Ilhéus estão pelo Mundo
Com lágrimas de sal na luz dos olhos
E muitas flores à varanda...
(E, hoje, tu e eu
Só viemos aqui mostrá-las
Pela Ilha!)
ANTÓNIO CASTRO
Comentários
Henricabilio
2ª, 24/03/2014 - 12:34
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apesar que ninguém ser uma
apesar que ninguém ser uma ilha,
viver ali, deve ser uma marav_ilha.
Belo poema!
Desde as Caldas da Rainha, Saudações de Boas Vindas!
_Abílio Henriques.
ANTÓNIO CASTRO
2ª, 24/03/2014 - 12:52
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Obrigado. Ao Futuro!
Obrigado. Ao Futuro!