Mas Ainda Vou a Tempo

Chego tarde à vida, mais ainda vou a tempo,

Não sei o que pensas, mas não para o meu pensamento.

Vou atrás do que quero, mas não consigo ver,

Tenho medo do amanhã, mas como poderia não ter?

 

Nada é certo, mas há quem tenha a certeza,

Eu apenas quero mais projetos na minha mesa.

O amanhã mete medo e eu não o quero enfrentar,

Prefiro ficar parado que morrer a caminhar.

 

Vejo gente à minha volta, mas ninguém me vê a mim,

Chamo pela sexta-feira, mas a semana nunca mais tem fim.

Vejo aquela miúda e sinto falta e saudade,

De quando acreditava no infinito e na eternidade.

 

Hoje estou longe, ela nem sequer se lembra de mim,

Pode ser o princípio, ou pode ser o fim.

Gosto do que vejo, mas queria poder tocar,

Mas ela é distante e não se vai aproximar.

 

Estou longe de casa, longe de tudo,

Quero falar mas fico calado, fico mudo.

A vida é assim, leva-nos até ao profundo abismo,

Saber evitar os perigos do vício do sentimentalismo.

 

 

(03/10/2013)

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Comentários

Agarra a vida, segura o tempo. As ondas chegam e vão e com elas as oportunidades para surfar. Nem sempre a maior a mais bela é a melhor, na sua aparencia fraqueijam,esbatem-se em espuma perdendo a força, não nos conduzem à praia.

Segura a prancha, um olhar sereno à volta, escuta o som das ondas. A tua há-de chegar e tu vais apanhá-la com braçadas fortes e nela irás surfar rumo à praia da felicidade, com pontuação elevada e duradoura.

Um abraço

João Muty 

António Cardoso's picture

Muito obrigado, amigo João Murty.

A vida é como um pássaro, se a queremos caçar temos de antecipar os seus movimentos e disparar-lhe com precisão. Ou como um jogo de xadrez.

Abraço.