PERSEGUINDO
Como espero a vez desse momento ditoso,
Quando poder te ver a noite me concede.
Ouvir a tua fala murmurar meu nome
E abafar a angústia que aos poucos me consome...
Como é bom te amar, minha singela criança!
Serei a todo instante o anjo que te vela,
Que alumia teus passos rumo ao esplendor!
Aquele que vai te dar o verdadeiro amor,
E, jamais te deixarei neste universo,
Onde nos cerca o abismo da ilusão cruel.
Por onde caminhares minha joia rara,
Qualquer que seja o vale onde florescerás,
Como a sombra noturna ao perecer da tarde
E dos céus a fogueira que eternamente arde,
Juro estar contigo, nunca te abandonar!
Ah! Eu só penso em ti, escravizado estou...
Detento da paixão que em minha alma infundiste...
E nada mais me importa, o que aqui existe
Não pode espairecer-me deste anelo extremo,
Não pode me fazer te olvidar... Ah! Não pode.
É longa a minha espera p`ra sentir-te perto
Tornando meu suplício uma poeira vaga,
Que p`ra longe sopras com teu olhar mimoso
E, mostras-me como ser alegre e viçoso,
Sem queixumes profusos, sem melancolia.
Tu és quem nunca pude na vida encontrar;
O meu pedido franco ao pai esplendoroso.
Tu és quem faz meu riso morto despertar,
Inflando-me o silêncio do mais doce gozo...
Alguém que envidece meu discreto sonhar.
Mas, embora tão perto de mim, tão distante
Sempre está teu amor - o que desejo tanto!
Sou apenas quem te segue, sem junto estar...
E não posso – minha vida – um beijo implorar,
Pois em teu seio guardas, quem também persegues!
ALEXANDRE CAMPANHOLA - 15/09/2007