Paixão numa peça
Palco cheio
uma plateia infindável
a peça nem vai a meio
o protagonismo é incomparável
a solidão considerável
pois o teu olhar anseio
embora pareça inalcançavel
sinto-me um figurante invisível
um coração nem meio cheio
por ti indesejável
quando só quero ser amável
esta sensação eu odeio
torna-me vulnerável
com medo de um bloqueio.
enquanto flamejar
a peça não vai acabar
os aplausos a surgir
tu finges não ver e continuas a fugir.
o amor está na vontade de lutar
por onde terei eu de seguir?
para te fazer desejar.
o que espero eu alcançar?
depois de te atrair?
espero os teus dias colorir
livremente te adorar
acariciar e mimar
abraçar e contigo chorar
fazer-te sorrir
e quem sabe amar!
Quando irás reparar?
subir ao palco e actuar
comigo contracenar
numa cena honorável
de nos cortar o ar
este sentimento inabalável
que faz da vida memorável
cabe-te a ti decidir
o que podemos construir
viver e sentir
se devemos dirigir
a paixão, ou deixar fluir!