Nunca te tive.
Autor: Inês Duarte on Tuesday, 8 July 2014
O que farei eu com a saudade que trago?
- Envio-te.
Peguei na saudade e coloquei-a numa caixa tão funda como profunda é a minha dor.
Lá dentro larguei as memórias, as lembranças.
Que malditas lembranças!
Embrulhei em lágrimas tudo o que podia.
Mas eu nada podia.
Nunca pude.
Porque eu nunca te tive.
E a saudade?
Ela ficou.
Desfez-se com o tempo o embrulho perfeito que nunca chegou a ser nada.
Apenas memórias,
Lembranças esquecidas por ti.
Saudade que trago dentro de mim.
E a saudade transborda pelos esporos do meu ser.
Transborda pelos olhos que desejam te ver.
Transborda pelo corpo que te deseja ter.
Eu nunca te tive.
Mas e a saudade?
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