O Relato De Um Gigante
Autor: Luan Soares on Sunday, 10 August 2014
(Oi, sou um gigante que morreu há algum tempo.
Meu ferro não serve mais para essa humanidade, por isso vasculhei uma muito próxima...
Oi, sou um flutuante que atuou bem. Nessa galáxia o homem agarra o problema e morre
Morre como eu morri. Com ferro para contar com fogo.)
...
O gigante morreu de ferro sobre latas e entulhos
Onde cairam as suas tripas de metal frente ao arqui-inimigo.
Seu olho escorrido sem sal, no espectro do vidro manchado escorrido...
Gigante como foi tomou trinta e nove facadas! Uma se me lembro
Acertou-lhe o ouvido.
Vital e agonizante! Foi um baixo até o final na existência utilitária
Dos seres que circulam o esgoto de águas marrons podre.
Sequência homem-robô com asas sem saber usar... Lodo sem saber jogar.
Penhasco para o tráfego voar, trafegar, matar e se maltratar.
Se a lógica foge dos pensamentos, logo chego aos carros estacionados
Aos homens parados. Estátua para o Burro Congelado!
Carros daqueles homens e as pirâmides sob custódia de algum faraó.
Desde a moeda que comprou o bem, o gigante morreu!... Sem pátria sem apogeu
Mas eu, eim. O gigante é que não morreu bem!...
Alguém... ou algum sonífero ou praga de fim mortífero
Para a fera a jaula.
O "gigante" morreu gigantífero. Vomitou no abismo da alma morta e petrificada.
O fim retornou ao início. Trinta e mais nove facas (facadas fantasmas)
O restante é por todo o seu bem!... Salvo? Salvaram ninguém.
O trono governado mentiroso, o trono retirado do vento tenta sempre apaziguar
O dono, idoso, dono das pétalas manchadas de tom de passado sem tentar.
Criseio de tempos em tempos num ábsono sonolento das trevas
Procuro alguns comprimidos no embaralhado da minha gaveta do meio... e me encontro cara-a-cara mais uma vez com a arma.
Comprimidos de dormir, xaropes para que eu deixe de tossir!... Eu volto até a minha sala ligo a televisão, vou partir.
Meu chefe vai me explodir a cabeça! Mas só se ele descobrir
Que transei com sua mulher enquanto fazíamos ioga.
Que roubei dinheiro da conta dela em Miami.
Minha mente procura, respira o fraco ar que lhe resta e os meus miolos explodem por cada minuto que se passa.
Histórico: O poder bélico. Os corpos expostos na praça! Praça de madeira, madeira de alma
Nem tudo o que contém alma vaga e vaga. Vaga sem vaga! Vaga atrás de algo à que tanto traz mágoa.
Fica a seu critério ter e depois manter a atitude da face amarga.
Já que citei bélico eu me lembrei! O gigante morreu evangélico...
Caminhou perante as ondas da praia deserta, negra e sem lua. Praia encoberta de ódio, paredes cruas sem pódio
Comeu ferro e varreu vermes na Terra. Vermes do ferro-velho. Se escondeu na caverna longe dos paramédicos!
Pois a caverna começou a sequência vida-morta-larva-homem...
O homem começou a psiquiatria. Os raios ultravioletas... Chernobyl e seu erro infinitivo
As indústrias pingando sangue na psicose do além.
As almas choramingando as vozes sem ajuda de ninguém.
(E ainda dizem por aí que o gigante morreu bem.)
02 . 08 . 2014
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