Um Nefelibato Brasileiro
Autor: Luan Soares on Sunday, 10 August 2014
Eu sou simbólico!
No meu campo de visão surge um Jogo de Sinais sórdidos
Testes para mim...
Como a hermética Torre de Marfim!
Troféu desse Jogo de Animais
Dado à quem se chega no pódio
E no fim
De vez em quando acordo assim!
Quero ver o erro errado e procuro no vago...
Transformo substantivos comuns em absolutos
Quero ver o erro errado e cavoco no raso.
Sou hoje revolucionário de meu próprio consciente!...
Se todos fizessem o que faço
Estaríamos todos loucos de mente
Procuro, com os miolos libertinos, buscar no Profundo
Os misteriosos infinitos do Oculto da Mente.
De olho na musicalidade
Como Verlaine... E como sempre
Misturado à um grácil romantismo vagabundo
Mas nunca se esqueça!
Vermelho também é a cor de meu sangue
E azul também é a cor de meu mundo!
De vez em quando, bate-me a louca
E nessa louca eu preciso!
Preciso mexer, o mais rápido possível
Os meus desvairados miolos
Junto aos meus acautelados pés.
Limo, palavra por palavra
Até que esteja satiricamente rimada
Horas buscando uma poesia impura
Horas demarcando, com métricas ritmadas...
E, dentre os meus rabiscos mentais
As vezes não faço nada!
Mas atribuo esse nada à tudo
E para mim, tudo esse nada torna-se
Sem nada mais...
Num aglomerado de abstratizes originais
Que só poderiam ser fruto do meu nada
E de todas as minhas profundas viagens irracionais...
Por culpa minha, e só minha
A sua estética não aceita a minha!
Por culpa minha e só minha
As suas regras poéticas não se encaixaram nas minhas...
E olha que eu nem rimo o tanto que já me caçoaram
Que é pra não manchar mais ainda
A minha mancha manchada
Tamanho Poética!
A época monta o poeta
Como uma indústria rara...
Não sei explicar, na certa
Mas posso ver na cara!
Cheguei a conclusão de que sou
Um nefelibato dos puros
Torto. Num caminho reto e obscuro
Mas um que não se sobrepõem
À nenhuma das colunas
Um que não corresponde, unicamente,
À nenhuma das vanguardas...
Mas sim um, que utiliza um algo
De todas elas juntas e misturadas.
07 . 07 . 2014
17 . 07 . 2014
Poemas Longos.
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