rumores essenciais
Autor: António Tê Santos on Thursday, 24 August 2017as páginas soltam-se em catadupas de luar subvertendo as arestas cáusticas e logrando incendiar os fardos que se acumulam na minha bagagem.
as páginas soltam-se em catadupas de luar subvertendo as arestas cáusticas e logrando incendiar os fardos que se acumulam na minha bagagem.
LEMBRA DE MIM
Sou uma flor do teu jardim.
Deixa-me florir!
Não põe-me de lado, num vaso,
Vou murchar fora do teu jardim.
Lá o sereno cai, a chuva vem...
Águas diferentes, deixa-me aqui,
No teu jardim.
Madalena Cordeiro
Continuaremos a ler apesar de as pequenas palavras parecerem lívidas de sentido?
Continuaremos, porque ainda existe outra existência por se escrever!
A certeza da vida ditada como tragédia submete-nos num jeito comedido,
Ler?
Apesar das histórias estarem resumidas?
De as capas que passam apenas nos iludirem!
As personagens pecam por não o serem,
Pequenas!
Palavras, de simples letras apenas,parecendo serenas ,
Parecerem?
Lívidas!
De pretensão,intenção, pequeno ser!
Sentido?
Ao cheguar à sua casa
Encontrei a porta entre aberta
Fui entrando devagar
Havia um silencio no ar
A luz estava acesa
Suas roupas sobre a mesa
Um barulho de chuveiro
Que me fez despertar
Pelo vidro do Box do banheiro
Eu observava o seu corpo encantador
Nessa hora quase morri de amor
Vendo a agua molhar seu corpo inteiro
Senti o meu coração acelerado
Nesse instante fiquei desesperado
Diante de tanta beleza
Não consegui conter os meus desejos
o sonhador cruza os anúncios mundanos para poisar onde o fatalismo escava a terminologia; ou onde há folguedos impúberes jorrando dos versos subliminares que as suas utopias revitalizam.
BELA COMO UMA FLOR?
Todas as vezes que você olhar e vê uma flor...
Lembra-te de mim.
Não sou bela como uma flor.
Mas o meu amor por ela é belo.
Madalena Cordeiro
Monólogo
Eu, sobrevivente, não compactuo com o mal.
Não quero as loucuras de um tempo cego em voo,
não quero as mentiras que vão medrando.
Eu quero as antigas sabedorias,
as verdades eternas.
Por mim o mundo continuará,
mas não poderá,
não poderá porque terá fim,
terá fim porque ele já começou.
Junto às eternas coisas do Céu,
nele estaremos para sempre,
sem querer lembrar de tudo o que passou,
que é o que está se passando agora,
nesses estreitos laços da vida.
Sérgio Accioly