as garraiadas que transporto no pensamento originam fulgores que conduzem às utopias quando divisam os vocábulos que resvalam pelos aquedutos da criação.

Ela passa esvoaçando

eu apenas a olhar,

ela passa esvoaçando

sem ao menos me notar.

Ela passa olorante,

eu apenas a sentir

tão distante o seu perfume

como as flores de um jardim.

Tão longínquo ela passa

eu apenas a prezar,

num relance os seus olhos,

finalmente a me notar.

Num momento sempiterno

nossos olhos a cruzar,

ela passa,

ela passa,

seus cabelos a me tocar.

Dia a dia vou vivendo

todo dia a memorar,

vou vivendo alegremente

sem a nada me queixar.

Outrora tristonho estava

mas não quero recordar,

por que me queixar agora?

Isso posso protelar.

Agora não resta dúvidas

bipolar é minha mente,

outrora estava triste,

ora escrevo alegremente.

A tristeza me inspira,

assim como a alegria,

ora escrevo alegremente

e vou vivendo o dia a dia.

Outrora estava triste,

outrora ou todo dia?

Quando nos apaixonamos perdemos a noção da realidade dos factos e ficamos vulneráveis, o amor entorpece-nos todos os sentidos e apenas olhamos com os olhos do coração, tudo a nossa volta não importa, os olhos cegam, a mente paralisa.