tanto

tenho tanto para escrever,

mas tão pouco tempo para o fazer,

ficam-me as ideias guardadas,

como que cansadas,

por tanto esperar,

e eu sem conseguir andar!

mas um dia vão todos poder ler,

se tempo acabarem por ter,

talvez o destino dê outras passadas,

 e as palavras se achem rimadas,

 outras gentes até as podem cantar,

se nestas linhas eu, tudo, contar!

rimar

nas rimas,

podemos ser tudo,

mas dizemos só o que sentimos,

sem qualquer obrigação,

as palavras são as nossas estimas,

mesmo que punho se ache mudo,

não é por isso que já não existimos!

porque o escrever continua de coração.

constelações

por vezes um poema não é certo,

longe, como constelações!

nenhuma ponta de nítido,

apesar de o cheiro que emana estar tão perto,

dentro como palpitações,

batendo forte como alto ruído,

e depois sai leve como um aperto,

brilhante como só ele: trovões,

marcando-nos no sentido!

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