Mata leão
Autor: Duarte Almeida Jorge on Wednesday, 19 April 2017De frente mato o Homem,
Por trás a humanidade mata leão.
De frente mato o Homem,
Por trás a humanidade mata leão.
tenho tanto para escrever,
mas tão pouco tempo para o fazer,
ficam-me as ideias guardadas,
como que cansadas,
por tanto esperar,
e eu sem conseguir andar!
mas um dia vão todos poder ler,
se tempo acabarem por ter,
talvez o destino dê outras passadas,
e as palavras se achem rimadas,
outras gentes até as podem cantar,
se nestas linhas eu, tudo, contar!
nas rimas,
podemos ser tudo,
mas dizemos só o que sentimos,
sem qualquer obrigação,
as palavras são as nossas estimas,
mesmo que punho se ache mudo,
não é por isso que já não existimos!
porque o escrever continua de coração.
por vezes um poema não é certo,
longe, como constelações!
nenhuma ponta de nítido,
apesar de o cheiro que emana estar tão perto,
dentro como palpitações,
batendo forte como alto ruído,
e depois sai leve como um aperto,
brilhante como só ele: trovões,
marcando-nos no sentido!
Vida,
vivi, jovem,
trabalhando e pensando
mal, como se tivesse toda uma indefinida,
pois ia tudo bem,
mas então, como que brincando,
a vida pregou-me uma partida,
fiquei-lhe, como que, refém,
lutando e treinando!
acho que nunca sabemos
quem é mais teimoso,
os outros ou nós?
mas isso não importa,
com isso vivemos,
talvez de um modo cuidadoso,
pois não somos pessoas de dós!
só a personalidade é que é um pouco torta!