DESPIDOS RAMOS

- Despe-me o corpo
Como se de uma árvore tratásse
Nas tempestuosas chuvas do outono

-Toma-me nas noites quentes de verão
Nos beijos dados da minha boca

- Rouba-me os calafrios da primavera
Onde pintei o teu corpo em torno de meu

- Ama-me com os ramos despidos de folhas
Com a veracidade com que caiem no chão.

 

ALGODÃO DOCE

Sinto no meu regaço
- O afago do teu corpo
Tormenta do meu querer
- Nos silenciosos afetos
Onde acalma na boca
- Os ávidos sentidos doces
É no teu corpo onde
- Me perco na noite rasgada
Na cama onde me deito
- Ao teu lado com o teu olhar
Devorador de faminto lobo
- Mãos despidas de gestos
Pedaço de algodão doce
- Quente de afagos gemidos.

 

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