guardo a ternura num saco para me
precaver contra os dissabores que
superintendem as minhas fragilidades
afetivas; que submergem as minhas
profícuas atuações; que aniquilam os
meus intentos profundos.
transito pela senda da esperança
desprezando a ira que se aloja no
coração das pessoas: as irrefletidas
atuações que destapam os seus clamores
furibundos; os desatinos que provocam
as suas máculas enrugadas.
as utopias que eu inventei para
apaziguar as minhas rebeliões…
para irradiar os meus discursos
benevolentes… para olvidar os meus
fracassados intentos de me ajustar ao
universo…
as lágrimas embaraçosas que eu suprimi
quando acordei para a razão… para uma
intensa agudeza que me permite decifrar
os enigmas da existência… para as
doutrinas fulgentes que me transportam
a lugares entusiasmantes...