Essa Poesia Morreu De Overdose.

Seringas no chão 
Saúde no ralo... 
Farmacêuticos viciados
Em Morfina. 
Fábricas de solda
Fazem barulho. 
O clube da cefaleia
Vomita cápsulas de aspirina.
O gravata e suas faces...
A cidade, o caos
E a solidão da vida. 
O caminhão cheio de entulhos...
O frenético tecido
Dos braços cromossômicos...
O fim sem saída...
Cocaína e anabolizantes. 
Na esquina, um assassinato.

Solidariedade

Ser solidário
é ter constantemente
um compromisso com o amor e com a fé,
sabendo que podemos todos juntos
cortar a meta no fim desta já longa jornada.
Todos subindo ao pódio da vida,
comemorando sim o prazer de estarmos vivos.
Afinal para que o mundo se faça todo harmonia
sem caridade nem mais desconsolo
apenas tão só precisamos sentir já hoje
a plena serenidade docemente sonhada
na fulgura da imensa esperança abençoada
FC

ESSE AMOR

esse amor, que um dia se julgou meu
não foi mais do que o sonho de uma noite
alguém que por entre a bruma desapareceu
carregando muita desenvoltura e afoite

 

implorando por atenção na vida me apareceu
envolto no mistério da sua capa de paixão
atacou quando a noite em mim escureceu
partiu antes do dia amanhecer, deixando a ilusão

 

Quietude

Quietude
 
Bebendo na quietude 
das cachoeiras celestiais
vou por aí ousando e calcorreando
as planícies
deste imenso céu
assombrado pela longitude arquitectónica
das palavras espúrias 
nunca ditas,
e sempre
quantas vezes quero
que reflitas
no perfil severo deste verso
previsto no meu estado de ansiedade
às vezes por mim abandonado
ao reverso da rima mais temperamental

NOITE SEM DORMIR

sem sono, envolta em sonhos orvalhados

caminhando pela areia da praia

pensando na vida e nos momentos lembrados

acompanhada das ilusões de uma catraia

que da vida muito esperava

só tendo encontrado nela o quase nada

do muito que com a vida sonhava .

escuto o som revoltado do mar

terminando na onda enrolada na areia

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