Hora do milagre

Hora do milagre
 
Não me dês à vida 
um corpo extinto
nem à morte 
uma promessa vã
transforma antes comigo 
o impossível
em todos os possíveis
derrama no meu regaço 
toda a eloquência deste milagre 
que a vida nos dá, cada dia
e então eu ressuscitaria 
por cada momento do tempo
que a brevidade deste dia audaz
deixou folhear minha poesia

Outono

Adoro o outono! Um poema de boas-vindas.

          Outono

 

Chegou o outono, pleno de cor !

De folhagem de arco-iris, trajado !

Já chora a brisa lamento de dor !

Tapete no chão, de folhas, bordado !

 

O sol, moribundo pousa sobre o mar,

Desfalece ! Solta a noite e o luar !

O mar, lancinante em seu marulhar,

Vem bater na areia para a torturar.

 

Amo o outono ! Traz-me nostalgia...

Vem-me à memória tempos de criança

Quando cada dia era fantasia !

 

Humanos

Humanos

 

E quando eu dei por mim, eu era um humano
Mas em um mundo desumanizado
As coisas a aprender eram desumanas, e eu era um humano
Todas as regras sociais eram desumanizadas, para qualquer humano
E no entanto, eu era eu, humano tentando ser humano
Desumanizando palavra por palavra, a moda humana
Num poema sobre humanos, vem uma questão a humanidade
O quanto ainda há de humanidade em nós?

Charles Silva
 

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