Cresci aprendendo, errando

Acertando arestas, corrigindo

Enchi o coração de esperanças

Sem mentir, tudo é feito de mudanças

Agindo com o sentido do coração

Acreditando no sentimento mais puro

Que pura ilusão, alimentou o meu coração

Sem noção do perigo, que ao meu redor girou

Continuei sem perceber, na minha exaustão

O que estava a acontecer, isolei-me do mundo

Não queria sofrer, mas no fundo do meu ser

Consegui me erguer, refletindo as minhas acções

Procurando prudência, que sempre me fez ver

Dá-me um pouco do muito de ti –
Dá-me a lembrança de te ter:
Um dia foste minha, eu te vi –
Eras a fonte da alegria de se viver

Dá-me imagem e lembranças,
Esperanças de um tempo ido –
Ah! Vergonha de não ter crenças –
Um dia, sim, eu fui O Protegido!

Dá-me uma Luz para te ver,
Essa que se vê ao morrer –
A certeza de te ter no fim

Dá-me um pouco de saudade
Mas, tempo passa, voa de verdade:
Um dia serás de novo para mim...

Cipriano Dias

Bramindo entre as tenebrosas brumas
Rumas tu – indefeso pedaço surdo;
Que, no vulto escuro, assumas
O que foste tu um belo dia: tudo!
(Agora, segues cabisbaixo, triste, mudo...)

Rugindo como feroz leão,
Coração que outrora batias,
És um velho felino perdido na solidão;
Surgido do inconstante nada (outrora rugias…):
Agora, escondes a cara com que surgias…

Os silêncios quebram à cabra cega.

 “Atribulações do Amor”

Ainda te lembras do que ficou por viver,

palavras que ficaram por dizer,

sombras te leva a querer voltar e não poder,

sonhos que ficaram aquém de um fio de prazer.

Pintas nesta folha de papel,

uma tela nesse sabor a mel,

esta noite é mais uma sem te tocar,

tão só que não te faz querer acordar.

Perdeste nas emoções do momento,

procuras as respostas para teus lamentos,

tudo é tão desolador nessas tua dor,

assim é amar, assim é o Amor.