SIMPLES DEMAIS
Autor: Arlete Klens on Monday, 9 December 2013ASAS PARA VOAR! ALTO.
PERNAS PARA CORRER...LONGE!
E VOZES PARA CANTAR...O AMOR.
ASAS PARA VOAR! ALTO.
PERNAS PARA CORRER...LONGE!
E VOZES PARA CANTAR...O AMOR.
Brando este sono e me abraço
Em meu corpo defunto e me desfaço,
Em mil terras, larvas, e coisas parvas...
É meu sono profundo, e meu resto é teu mundo.
Baloiço que é vida
Sobe, desce e que cresce.
Curva de sina - linha sentida;
Saltam-me os pés, camarada,
Saltam-me, e de mim saem.
Descobrem desertos e ventos de marés,
Desenham-me em vida, porém
Apenas eu sou, porque tu és.
E o corpo me queda...
Num silêncio acrescento
E não sei se me aguento
Neste sono que é seda.
Como a tenra maré que desliza
E no doirado solo se espraia,
Cheia de doçura e sutileza
Ela corre na areia da praia.
Como a brisa da tarde inquieta
Que seu suspiro mimoso ensaia,
De pés descalços e riso singelo,
Ela corre na areia da praia.
Como a sombra da palma tremente
Ou no mar a misteriosa arraia,
Exibindo seu infindo encanto
Ela corre na areia da praia.
Como a musa que me acorda o pranto,
Perseguindo as cores da jandaia,
Ouvindo a voz de sua inocência
Ela corre na areia da praia.
Oh! Tu, que solitária na calçada
Qual estátua espreita a luz do nada,
Deixa-me infundir-te este casto amor,
Lançar em teu corpo o folgar da sesta,
Pálida sombra que o pesar atesta
- Tu és p`ra mim a pudica flor.
Embora verta teu olhar profundo
Toda a mágoa que possa haver no mundo,
Amo o fulgor que na noite se espalha.
Sonho-te minha, por algum momento,
Guardo comigo teu atroz lamento,
Dele enfim faço uma mortalha.
TRINTA E UM ANOS DE CASADOS...
Intenso
Eu até que gostaria de não ser tão intenso
De ser mais ponderado e não entregar-me tanto
Só que quando amo, amo intensamente de verdade
Que até o menos incauto pensa ser minha vaidade
E com isso amuo-me deveras em meu canto.
Não me protejo, entrego-me a ditosa emoção
Sou tão ingênuo boquejam-me os mais chegados
Simulo-me de surdo para não descambar a chorar
Entrementes motejam-me pelos abstrusos desagrados.
Eu até os entendo, mas cavalheiro sou,
Fixo no longe
o olhar;
Querendo conquistar,
hoje,
o que longe
se parece escapar.
Como um pinheiro que passa
enquanto nós passamos.
Como um túnel que ameaça
a ligação com os que amamos.
Esse desejo passa,
mas eu, com uma mordaça,
não lhe consigo falar.
Desisto, calo e olho-o passar.
É então que na mão me surge uma faca.
Oh, poderosa!
A alma que pensava fraca
vira corajosa.
POIS SÓ O AMOR
45
Só o amor constrói o nosso interior e exterior!
Com amor, construimos edifícios espirituais e materiais!