Tardes de aleluia

Eram metais os rostos vivos em desuso
Qual se nutre de bafio morredouro,
Terrívomos em diálogos,
Mênstruos enciumados em taças delicadas
Sobre espíritos mutáveis
Das horas que nunca foram outras
No medo de vir à luz
Ou em degredo ferido do que és.
A tarde de aleluia dir-te-ia que fora
O já é
Sendo concertos no ater sonolento
Da passagem rápida do dia.

POR NÃO ESPERAR MAIS NADA

Veio a manhã antecipar a hora
Da certeza que, em ti, já pressentia
Pelo que a tua boca não dizia
Mas confirmavas em cada demora.

Crescia a solidão, quando, lá fora
A noite amiga, ainda se estendia
Em disputa de tempo com o dia
Desfasando-lhe o despontar da aurora.

Por fim, sentiu-se a noite tão vencida
E tão fora do tempo que era seu
Que se desfez, cedendo à madrugada
Que chegou, sem saber que era a medida
De um tempo novo, em que serei só eu
A esperá-la... por não esperar mais nada.

Mãe

 

MÃE

 

Mãe, és o sorriso primaveril

Que faz brotar flores coloridas!

 

Mãe, és a árvore frondosa

Que alimenta os doces frutos!

 

Mãe, és a nascente de água pura

Que sacia a sequiosa cria!

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