Obscura

Se dizias que me amavas

Então dizes por que deixou

No meu coração as maiores cavas

De um amar que nunca me amou!

 

Nunca brinques com o coração d'um apaixonado

Pois este é frágil, preso e inocente

E por mais que da paixão carregue o fardo

Não merece sofrer desse calor latente...

 

E agora, te vejo obscura

Como um cadáver jogado à morte

Como a alegria que a vida me roubou

 

Percebo que o amor não procura

O ser com a melhor sorte

Para adoentá-lo com a praga do amor!

 

Apagão

 

É comum o sapo morrer na lagoa.
O mendigo comer lixo na sarjeta 
O tráfico de entorpecentes nas escolas, 
A fila quilométrica do INSS fazendo curva na rua estreita
O moleque desde a tenra idade viciado em cola.

É comum a violência subjugar a lei. 
A mãe com uma “penca” de filhos no semáforo pedindo esmolas 
O inocente ser refém da mesma grei,
Os filhos desesperados do desemprego 
os escravos das drogas.

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