Calou-se o monge: sepulchral silencio
Autor: Alexandre Herculano on Friday, 23 November 2012Calou-se o monge: sepulchral silencio
	Á sua voz seguiu-se. Uma toada
	De orgam rompeu do côro. Assemelhava
	O suspiro saudoso, e os ais de filha,
	Que chora solitaria o pae, que dorme
	Seu ultimo, profundo e eterno somno.
	Melodias depois soltou mais doces
	O severo instrumento: e ergueu-se o canto,
	O doloroso canto do propheta,
	Da patria sobre o fado. Elle, que o vira,
	Sentado entre ruinas, contemplando
	Seu avito esplendor, seu mal presente,
	A quéda lhe chorou. Lá na alta noite,
