Fantasmas

Luzes
Um ultimato desordeiro
Onde caminha o amanhecer
Andam os olhos desalinhados
Antes de morrer

Perecer
Um tanto pelo pecado
Cristal mal desenhado
Afinal se tornou vidro quebrado
Vida ao amanhecer!
Como não há esboço
Nem obra prima a oferecer

Partiu por isso,
Um navio no oceano ao alvorecer
Me reconheci entre passageiros
Fantasmas
Mas não pude entre os passageiros
Do navio, meu amor fantasma reconhecer.

Oceano da solidão

Conto os dias de forma aguda
Na amplitude do meu eu avaliar
Tão mansinho, toda prosa mal resolvida
Urgente ouvir, solucionar.
Me perco na matemática
De muitos ou pequenos
Números não contar,
Sim, subtrair a introspecção imediata
Da vida melancolia, inexata à explicar.
Os beijos não aprofundados a sentir.
Conto os dias, tento o sorrir alargar!
De forma mais profunda e plena!
De labirintos submersos na vida a
Surgir,
Ainda há palavra salvadora: vença!
E como diz o escrito inspirado:

Angola

Retrato das quedas de Kalandula
 
Angola
Terra que me viu nascer
Terra que me viu crescer
Terra que me verá envelhecer
Terra da minha razão de ser
terra do meu amanhecer
terra do meu anoitecer
(coro)
óh, Angoléeee, óh, Angoléeee
minha Angoléeee, óh! Angoléeeeeee
Angola
terra do meu passado
terra dos meus antepassados
terra do meu amigo Mário calado
Terra dos fortes
terra dos lutadores da vida
dos procuradores de suporte

Carta Para Allanna

O tempo é incrível!
Quase não consigo entender
Como se cresce tão rápido…!
Você nasceu ontem e…
 
Lembra?
Eu dizia a você: “Não cresça!
Fique miudinha, que é melhor!”
Miudinha, eu podia guardar você…
Mas não dá pra segurar esse tal de tempo.
 
Agora você está grandinha
E eu, ficando velho…
- Eu vejo, nas nossas fotos,
Minha cara de menino
Enquanto você era bebê.

ACREDITO NO QUE ACREDITAS

Acredito no que acreditas
 
Ainda que eu saiba que foi você quem errou
Ainda que eu saiba que és o pão que o diabo amassou
Ainda eu que ande sem saber para aonde vou
 
Acredito no que acreditas
 
Ainda que tentem mudar a minha forma de pensar sobre si
Ainda que incutam palavras na minha boca, p'ra falar mal de si
Ainda que as pessoas tentem manchar o seu nome em mi
 
Acredito no que acreditas
 
Ainda que o sol deixar de brilhar

Rejeitado

Hoje pego na lapiseira
Para falar da minha miséria
Isto não é brincadeira
é também um facto de uma mulher zungueira
 
Só um ser rejeitado
Sinto-me ligeiramente abandonado
Como aquele que sofre com sentimento e silêncio calado
meus estudos não valem nada
Quando olham para mim dizem que sou um nada
Sou aquele que nada onde o mar não passa
 
Estou sempre a esquerda
Não consigo me endireitar
Só faço asneira
Não tenho nenhuma carreira
O meu destino é sempre estreito como Vera

Inspiração

Inspiração, gestação de eventos
Para deliciar a expectativa da poesia
Em letras convincentes
Na prosa, da sabor e simpatia,
Às vezes de tormentos na vida!
Inspiração nem sempre é alma gêmea
do seu criador ou criadora
Há de se atender o momento do nascimento!
De dor ou riso...
Não se escolhe o tipo de filho.
A resposta que deságua
De um rio pacato para um oceano de várias emoções.
Inspiração em papéis descartados
Rabiscos que se perderam e foram encontrados,
codificados para a perfeição de seu criador

Amor

O amor que sinto por ti
me faz todos os dias pensar em ti
Desde o dia que te vi
Só sinto vontade de estar perto de ti
 
Quando te vejo
lacrimejo 
e a vontade que sinto é dar-te um beijo
 
 a sedução do seu corpo
Está cegar o meu rosto
Um dia ainda me corto

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