'FLERTE ALGORÍTMICO'

Vi tua vida em janelas quadradas,
algoritmo gentil me trouxe você —
como quem assopra cartas embaralhadas
e entrega o naipe que não se pode prever.
Não te conhecia, mas clicava em tua alma.
 
Teu riso num parque, teus pais no Natal,
teu corpo em ginástica, teu dia banal...
E eu ali, pixel a pixel,
invisível e presente —
como espírito da máquina,
fantasma obediente.
 
Puxava assunto, às vezes bobo,

Vislumbre

Os doces proliferam a loucura do açúcar da vida
como o deserto e o mar têm um pouco de sal e caos
nem sempre estamos nos despedindo
mas vivemos amofinados em nós
quem me dera a soltura dos meus ais
em um espaço silencioso do universo
sufocando uma multidão de apelos
eu quero o verde da jujuba
depois todas as cores com açúcar
chega do sal da vida!
Menos tristezas atuais
eu queria ser um guerreiro com uma arma especial
aliás, eu queria ser a própria espada, forjada de metal frio
de mensagem penetrante

GESTOS

#humanism #reallty #poetry

ACOLHER

É CONCEDER AO NECESSITADO
A PRERROGATIVA
DE SER
DIGNO CIDADÃO

(COM TODOS OS DIREITOS ASSEGURADOS)

É VIVER EM CRISTO JESUS
A CONSUMAÇÃO DA FÉ

É DOAR E SEMEAR
INCONDICIONALMENTE
A CERTEZA DA CEIFA FARTA

É ABRIR AO OUTRO
O NOSSO CORAÇÃO
PARA O ABRIGAR

É RECEBER EM SI A ESPERANÇA
DOS QUE TEM SEDE
DE AMOR E JUSTIÇA

Banquete da solidão

Uma alucinante e anárquica solidão flertou cada hora
Que além desgastada, dormita sobre os escombros do
Tempo tão senil, tão envelhecido e quase, quase escarnecido
 
Numa barafunda de palavras escrevinho meus versos que
Farram numa alquimia de lamentos tão crápulas e desconcertados
Perpassam com afinco os mais espalhafatosos sonhos tão asfixiados
 
Assim se banqueteia o tempo numa patuscada de uivos e urros escavacados

Sempre alerta

Sempre alerta

Como escoteiro, a caminhar
filho que aprendeu boas maneiras
mas o tempo ficou antiquado
e passa...
mas como pai não conseguiu essas maneiras, fixar

Geração Z.
tem como pais,
novos personagens
teleguiados, querendo doutrinar.
Segundo os Zs, o tempo que foi da roda quadrada já foi:
hoje tem pouca utilidade para na nova estrada rodar

Quem não está alerta
nem sempre acerta
a didática prática da escola da vida
que alerta de perigos no caminhar

TALISMÃ

#poetry #amor #segredos

MAR QUE BURILA
OS CONTORNOS DA PRAIA

RIO QUE CORTEJA
AS MARGENS DO CORPO

PEROLA QUE REVERBERA
O LUMEN DOS VAGALUMES

CÉU QUE SUSTENTA
O SEGREDO DOS SÓIS

RASTRO QUE PERSEGUE
O REQUIEM DOS CARACÓIS

(QUE DIZER DO HOMEM
QUE CULTIVA UM TALISMÃ??)

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