Infinitamente
Autor: Rute Iria on Saturday, 24 May 2025
respiro poesia para consumar as quimeras que selecionei: acender a flama do sucesso no edifício que construí; desdobrar palavras terapêuticas que estimulem uma evolução espiritual; redimir-me do sofrimento.
as lágrimas caem no âmago das nossas efusões quando investigamos o sofrimento das pessoas: os seus pesadelos dissolvidos na bruta realidade; as suas máscaras rasgadas que destapam a nudez.
introduzo-me nos arquétipos mundanos para combater o seu obscurantismo e as suas palestras falseadas; os seus tormentos dissecados por aqueles que os pretendem remediar; as grandes ovações geradas pelos seus espetáculos degradantes.
aboli a paixão para surgir imune aos seus destemperos e aos seus resguardos impostores; aos seus epílogos trágicos e às suas máculas duradoiras; às manifestações amarguradas que provoca.