Teus Olhos Entristecem

Teus olhos entristecem
Nem ouves o que digo.
Dormem, sonham esquecem...
Não me ouves, e prossigo.

Digo o que já, de triste,
Te disse tanta vez...
Creio que nunca o ouviste
De tão tua que és.

Olhas-me de repente
De um distante impreciso
Com um olhar ausente.
Começas um sorriso.

um firmamento interior

as dádivas que o natal faculta nas redondezas dos nossos ódios... nos degraus íngremes que conduzem à solicitude e ao encantamento... nas representações sublimes daqueles que interiorizam a festividade... nos banquetes que se desejariam infindos para que acalorassem as nossas vidas...

um firmamento interior

enalteço a liberdade que ascende a via do progresso para convergir no futuro através dum desempenho que irá transverter-nos em homens regenerados; que irá transpor as nossas interações para a esfera da solidariedade e da razão; que irá temperar os nossos defeitos malvados.

Lâmina floral

Ao som lírico d'um velho bardo
Desfilais por vossa maravilha,
Mi mui amada Senhor.

S'em vós enchentes sorri de prado
Digno de tais reachos d'olhos fervilha
Mi mui amada Senhor.

Mas ai! que logro ua fiada em tudo
Que dói, m'ei de rogar a partir a ilha
Mi mui amada Senhor.

Nem lagarto o fea quebrarom mi escudo
D'amores que nom senti nem por filha.
Mi mui amada Senhor.

Vosso mui belo rosto é meo amuleto amado
P'ra males calar e viver p'la armadilha
Mi mui amada Senhor.

um firmamento interior

julgo que as preces só beneficiam aqueles que se norteiam pela sua desrazão; aqueles que transitam pelas ruelas da vida para satisfazerem a sua luxúria; aqueles que pretendem recompor o seu fado através da graça divina; aqueles que vegetam no esterco onde demonstram a sua intrínseca perversidade.

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