Fragmentos

Fragmentos

 

Sou vitória-régia que se debruça

Sobre lençóis rasos de (m)água

Entre brotos secos aquáticos

Entre secas flores.

 

Sou estrela pulsante que dardeja

No infinito completamente pura

Uns veem a parte que pulsa

Outros sentem a parte que lateja.

 

Sou desejo que murmura

Que sobre a segunda pele respira

Segunda pele de outras mágoas

Segunda pele em meio a fissuras.

 

Só não sou seu par

O ramo de sua raiz

VIVÊNCIAS

Quisera poder voltar no tempo e dar mais valor a tudo que vivi...

A chuva de verão, a pipoca quentinha que tinha gosto de quero mais, aos bolinhos de chuva... A pular nas poças de lama, correr pela rua, brincar com os primos e ser feliz com o simples fato de sermos livres, em nossa inocência!!! Até dos puxões de orelha... dá saudade...

     Mas crescemos, a chuva de verão, deixamos de notar!

A pipoca agora é de microondas. bolinho de chuva é pré pronto, e vovó não está mais aqui... As poças de lama??? Onde???? Vivemos no asfalto, nos condomínios e prédios...

Trovas

 

Quem quiser beber de graça.

vá à casa do seu chico,

lá tem cipó na cachaça,

vem que lá eu te explico.

               ***

Vem, que lá eu te explico,

e lá não tem só cachaça,

o vinho  bebo no bico,

e nada de arruaça.

 

De: Madalena Cordeiro

 

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