Penumbras

Na penumbra do dia flutua a luz envergonhada e lacónica
Sutura todas as feridas que brotam de uma prece canónica
Num subtil minuto a manhã emborca cada palavra mais icónica
 
Pelas penumbras da solidão almofada-se um afago truculento
Impelente e propulsor cada eco sedimenta minhas ânsias opulentas
Alimenta a mais nítida e translúcida luminescência quase rabugenta
 
Impelido por um espalmado silêncio adita-se à solidão um verso perspícuo

Em nome do Pai

Em nome do Pai
Mauro Antonio

Em nome de que Deus
Você replica tanta gente vã,
Evangelistas dos fariseus,
Influencers, pastores do Instagram?

Em nome de qual ser divino
Você retuita tantas asneiras,
Mestres vis dos desatino
Usam o Livro sem lerem uma página inteira?

Em nome do para quê
Você anula quem é você
Antes do café, cabelo em desalinho

Vai ávido, ávida buscar tal prazer,
Sequer lava o rosto, solitária, sozinho
Antes de Deus ou a si apostar no tigrinho.

feradapoesia.blogspot.com

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