Ontem passei por aqui...

Quando passei por aqui encontrei as fenestras da solidão
Tão fechadas, quase algemadas a um lamento especulativo
Apenas consegui tatear donde vinha aquele afago interativo
 
Ontem passei por aqui e deixei à janela do tempo uma eternidade
Confinada à academia do meu lirismo mais poético e tão cognitivo
Ali me despi e de tocaia embrenhei-me em cada mágico silêncio altivo
 
Por onde passei passeou-se uma hora prenhe, fecunda e putativa

Inocência

O tempo se faz de bacana, legal mas é traiçoeiro te devora pelos minutos a fio enganando oferecendo algo mostra a vida pela tela da juventude te seduz como noiva perfeita te leva e você faz entender que a inocência deve ser deixada para trás o sistema seu aliado, diz que a plenitude só depois dos dezoito tempo de moço bonito e moça perfeita até os trinta.

AS CARTAS

Amor sou uma devoradora,
 das tuas cartas, cada palavra escrita.
É uma carícia dada na minha face
As páginas escritas, são o carinho,
tatuado na minha alma.
O meu corpo é desenhado com sílabas doces
Os acentos são pintados no picante dos beijos dados
Cada linha são partículas do meu ser
As letras são a tua ternura dada pelos anos
Mas um dia amor vou olhar
Para depois mergulhar pela tua pele
Como os morangos banhados no chocolate

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