Perdido em nuvens (Parte II)

Foram-se os conhecidos
os amigos, e a familia
A que não só me acolhia
mas assim o escolhia

E minha terra
que tens pisado o meu passado
teu sol(o) me enterra
quando deixar de ser cruzado

Às vezes 'tou tão "bad"
quase a ficar tombado
e ouço o som do nosso rap
misturado com o nosso fado

O que eu não dava agora
por um arroz de pato
Eu tenho coração de cão
embora tenha rosto de gato

Imagino a 'Liza'
vista do miradouro
Olho com o tique de midas
vira a 'Liza' d'ouro

Perdido em nuvens (Parte I)

Ando azarado
após ter lançado o dado
ter ganhado e sem pensar
passado a oportunidade.

Sem ser sensato
foi tudo sem querer
Já 'tou tão cansado
só 'tou sentado a ver.

Pensas que é "a lagarde"
mas não tem nada a ver
Pensas que és o Super-Homem
como, sem "H" de haver?

Só 'pa Inglês ver, a capa
como um "K" há-de ser
Também o "S" no peito
e esse 'griffe' do avesso.

Às vezes
é como se o mundo podesse ter
e troco tudo por um peito
e um "ass" 'co fio a ver-se.

COMO SE AMAM

COMO SE AMAM

Na promiscuidade dos corpos
As humidades deambulavam
As criaturas estavam loucas
Do frenesim em que se amavam

Encontros ancestrais do universo
Entre desejos já de tanto amar
A órbita estava do avesso
Eram a tempestade pura do mar

Jorravam as mãos ao sabor da poesia
Lentamente nas peles já salgadas
Pungente devoradora magia
Sobre amantes as línguas adocicadas

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