" Nefasto e - "oblicuo
“Nefasto e – obliquo -”
Numa estaca de ferro, assim estava deitado o olhar vermelho de um deus com cravos e mantas de gritos a resvalar no silêncio de uma pintura surrealista e contemporânea!
No ventre, uma boca centrífuga e nada mais se poderia designar sem que chama-se; o “Orfeu” e se despissem as palavras nas catapultas da igualdade…
Pétalas de íris e a sombra do sol em sua raiz, quando a eternidade foi levada pelo assobio da serpente, e o povo queimou o manuscrito da nascença de todas as fêmeas, ainda que lindas; só ficaram; as bestas!
Ocre nas mãos e sangue nos lábios na era canibalesca sem que a realidade passe a pratica, ficando só a vontade e no interior de cada um, o monumento da raiva e solidificação das pedras do âmago e o incógnito; na falésia do dia a dia…
O pêndulo dos segundos; no coração dos médicos e os doentes nos carrosséis da vida ainda que mudos o som, vinha do inferno!
Vi, que nunca mais a viagem acabava! E as pétalas pousavam nas unhas; como quem pede um sorriso que tarda em chegar…
Vi, que no meio dos lobos crescem ervas de ternura que os humanos não vêem, nem nada sabem de seu uivar! Apenas os observam na noite e na mesa da eternidade e no peito; uma facada transparente.
No quadro branco; um escorpião e candura das crianças num só gesto fraterno…
Bartolomeu R. Costa Cabral