À deriva
Autor: Frederico De Castro on Thursday, 3 March 2016
Abeiro-me deste pensamento
recém chegado
inundando o tempo de espera
ainda te tateava o ser rodeado
de oceânicas quimeras
gotejando a cada Índico naufrágio
no silêncio Pacífico desta espera
inescusável
contornando o litoral Atlântico
onde viajo contemplando
cada maresia que teu ser
nutre de mansinho velejando
- Cobre-me a solidão que surge
à derevia das minhas aflições
silenciando
o fóssil caminho onde desertamos
uma vez para sempre
sem mais jurisdições
- Aconchega-te ao meu rio de luz
onde ferve toda a vastidão eterna da vida
naufragando entre margens solitárias
decompondo o enredo onde escrevi
o alinhamento de todas as constelações
simplesmente se apagando no dia
que se tempera de amor desnudando
o raio de sol iluminando
teus sorrisos
imensos
delicados, sem insinuações
- Mostra-me todos os horizontes
apaziguantes
Estende-me a deriva das tuas praias
e eu
certamente me afogarei no fundo
de ti
unindo todas as marés afáveis
onde nos condimentamos no lazer
marítimo reflectido nos azuis
insubmergíveis, recostados em espumosas
ondas…inimagináveis desenhando o perfil
etéreo te flagrando sinuosa
FC
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