À flor da pele
Autor: Frederico De Castro on Sunday, 15 November 2015
Acordei para uma madrugada
muito devagarinho
ateando aos sonhos mais
voláteis uma réstia de chama
que se renova na fartura
de vida que assim nos aclama
Acordei residindo nos teus
braços
dissolvendo-me nos teus perfumes
semeados à flor da pele
onde tatuamos com amor
todas as eferverscência de vida
convergindo na sonolência
de cada palavra mais atrevida
Acordei
esgueirando-me entre rimas
e gargalhadas felizes
Busquei todas as confissões
num mar de esperanças audazes
Tranquei nesta poesia arguta
um inóspito poema
prisioneiro traçado
no vasto silêncio tenaz
que nos acalenta
em todos os solstícios pintados
na aguarela do mundo
vibrante que em mil moléculas
de amor transpira e sedenta
Vou aproveitar
uma réstia deste sonho
pra te soprar na alma
todo o doce planar de um
beijo
Converter-te na minha vestimenta
eterna
onde habitaremos mais quânticos
qual presságio arquitectado
no desejo breve que em nós
se alimenta no pavio de tempo
…e jaz agora temporário
nas insígnias de um verso romântico
fatídico e tão mediático
FC
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