a água lavou

 

as gotas de água

lavaram o chão

caminhos de terra

ainda guardavam as pegadas

dos dias em que caminhavas

em direção à mim

agora

os caminhos se farão novos

limpos e expostos

postularão sem piedade

artigos de jornal

que nos levarão às realidades

que não queríamos ver:

é neste mundo que teremos de viver

daqui de onde estou

o traço que o traz a mim

se limpou

por ele

te vejo caminhar

de longe emito uma luz

para que te guies

mas antes que chegues

a chuva me levará embora

terás de me encontrar

num outro tempo

num outro espaço

saberás

não decidimos nada

poremos nas mãos do Universo

para que toquemos

o vácuo

e percebamos

longe do amor

nada floresce

 

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Comentários

Obrigada, Valéria...

 

o que longe está

parece ser o que mais alto fala dentro de mim.

 

abraços...