É hora de escrever

É hora de contemplar as palavras,
cultivar na essência delas o nada.
É hora de sangrar com sangue falso
uma sensibilidade jamais existente.
Comovo os corações precipitados
com os versos respirados pela asma;
Asma sufocando o meu pulmão,
ar preso pela ansiedade de atenção.
O poeta é uma criança birrenta.
Cobre as manias com os panos,
finge e desabrocha suas dores,
com a hipocondria dos Anjos.
É hora de escrever.
Género: